quarta-feira, 25 de abril de 2018

O vitimismo de quem adora futebol

Procurando pela expressão "obrigado a gostar de futebol" nos sites de busca, na tentativa de encontrar algum texto que assuma esta clara e real regra social nunca assumida mas sempre praticada, se encontra textos alegando que "ninguém é obrigado a gostar de futebol, mas quem gosta deve ser respeitado". Fica a impressão de que os privilegiados sociais são os que não curtem o futebol, quando na prática se vê exatamente o oposto.

É estranho ler esta declaração. É um exemplo perfeito de forte fingindo de fraco para aumentar a já gigantesca proteção que possui. Quem deveria reclamar respeito não é quem curte futebol e sim quem não curte. Todo o sistema social é construído para respeitar e proteger apenas quem gosta de futebol. Quem não gosta de futebol que se vire, se dane, se ferre ou se mate.

Porque eles vivem pedindo respeito se respeito é o que eles mais possuem? Toda a sociedade está do lado deles. Autoridades age exclusivamente em prol dos que curtem futebol, como se o hobby fosse uma unanimidade, inexistindo quem não esta disposto a aderir. Toda a mídia trata os telespectadores como se todos gostassem de futebol. Enfim, o sistema age como se "brasileiro" e "torcedor de futebol" fossem sinônimos.

E aí vem os superprotegidos torcedores de futebol clamando respeito, como se os ridicularizados e marginalizados fossem eles? O que passa na cabeça dos que curtem futebol?  Será que eles tem a consciência do patético de tentar transformar uma simples forma de diversão em inadiável dever cívico-social? Só se for isso. Mesmo assim, os torcedores ainda obtém um colossal respeito de todo o sistema social, tendo o direito, por mais ridículo que possa parecer, respeitado em sua plenitude.

Os que não curtem futebol - número que aumenta cada vez mais, embora ainda muito baixo em relação a 220 milhões de pessoas que vivem no país - é que tem motivos de sobra para reclamar. Somos abandonados em tempo de copa, obrigados a aguentar a supersônica gritaria da vizinhança, rotineira em estados como o Rio de Janeiro, onde times jogam nas madrugadas de quartas, levando pobres não-torcedores a trabalhar nas quintas com olhos fundos e atenção reduzida.

Os torcedores que fiquem satisfeitos com o excesso de respeito que possuem e aguentem a reclamação justa dos não-torcedores. Ninguém é obrigado a gostar de futebol e os que gostam tem o seu direito mais do que respeitado. Eles que fechem o bico e vão torcer pelo seu time. De preferência, gritando bem longe dos meus ouvidos.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Otimismo progressista ressuscita fanatismo idiota pelo Futebol

O fato da copa de 2014 ter acontecido no Brasil gerou uma irritação que fez com que muita gente criticasse o secular fanatismo pelo futebol. Parecia que a população estava se conscientizando e se livrando da maior de suas zonas de conforto. 

O tempo mostrou que eu estava enganado, pois as críticas eram na verdade direcionadas pelas obras desnecessárias feitas na ocasião. As criticas ao fanatismo futebolístico era somente um desabafo complementar. O futebol ainda está longe de deixar de ser prioridade dos brasileiros e os protestos forjados com camiseta da CBF (confundida com símbolo cívico) comprovaram isto.

A derrota da "seleção" em sua própria casa, uma derrota humilhante como não havia na história da equipe de futebol, serviu para atiçar o ódio nacional de quem sempre acreditou na ilusão de que a vitória no futebol traria dignidade, prosperidade e concórdia aos brasileiros. Direitistas trataram logo de culpar Dilma pela derrota. Esquerdistas estão chorando pelo "7x1" até hoje.

Mas 2018 está sendo diferente. Não serão os brasileiros que pagarão por obras pela copa. O que faz com que o infantil gosto pelo futebol recupere a sua plenitude. Tudo às mil maravilhas. Quem não gosta de futebol que se vire para fugir dos barulhos ensurdecedores de torcidas ensandecidas na vizinhança. Ou que fique nas redes sociais reclamando do fanatismo em prol de uma diversão inútil travestida de "dever cívico.

Mas do lado pró-futebol, é só o paraíso. As esquerdas esquecerão  fato de Neymar ser um tucano golpista para tratá-lo como um "gente boa" que é ao mesmo tempo "gol" e "pista" (de dança - Neymar é um farrista assíduo). Como se de uma hora para outra Neymar virasse esquerdista. Afinal em campo, o arroz de festa estará "lutando pelo país" numa guerra de mentirinha.

A direita estará sempre curtindo o futebol, usando o momento dos 90 minutos de jogo para fazer as pazes com os esquerdistas, pois na ocasião, estarão todos com os mesmos ídolos, a mesma paixão. Lula e Aécio juntinhos como siameses, vestindo a mesma camiseta da CBF. Enfim o futebol unindo a nação sob falsa concórdia. Os brasileiros que não curtem futebol que se danem.

Isso porque a copa deste ano não será no Brasil. Isso porque a copa deste ano não exigirá gasto financeiro extra. E os esquerdistas deverão estar felizes com a possibilidade de ver Michel Temer segurar a taça, quando o tão sonhado hexacampeonato for conquistado. Igualzinho aos otários que sorriram ao ver o temido Garrastazu segurar a taça com um raro sorrido na face. Enquanto o país do mundo real afundava...

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Filho de Perrella vira diretor da CBF. As esquerdas continuarão torcendo pela "seleção"?

Parece ironia. Na mesma semana em que Lula - que adora futebol, é corintiano assumido e veste a famigerada camiseta amarela nas épocas de copa - foi preso, o filho de Zezé Perrella, Gustavo Perrella, se torna um dos diretores da CBF. 

Bom lembrar que Perrella, o pai, é braço direito de Aécio e que a família é dona de um helicóptero que transportava cocaína. A (in)justiça brasileira sempre fez vista grossa diante dos erros de Aécio e de sua turma, ocupada em derrotar seus inimigos, Lula, Dilma e vários petistas.

Perrellinha, como é conhecido Gustavo, vai cuidar da diretoria de desenvolvimento de projetos. Não precisará trabalhar no prédio, como acontece com muitos diretores da entidade, que poderão ser protegidos contra possíveis protestos por irregularidades ou por salários mal pagos.

Resta saber se a esquerda continuará fanática pela "seleção" Amarelão após saber que um capataz de Aécio Neves dirige a federação. Se não bastasse a maioria de jogadores e ex-jogadores (incluindo o "gênio" Pelé e ao arroz-de-desta Neymar) terem apoiado o golpe de 2016 sem mudar de ideia até hoje. A esquerda dá uma grande demonstração da Síndrome de Estocolmo que sente pela golpista CBF e seus mercenários cartolas, responsáveis pelo glamour pomposo embutido no esporte de várzea.

Dá para perceber porque os coxinhas vivem usando a famosa camiseta amarela da federação em suas manifestações. A CBF é golpista (gol + pista), a "seleção" é golpista e o desejo de todos é que o Brasil vença no futebol para se ferrar no resto.

Povo infantil tem fome de gol. Já a fome por comida e qualidade de vida, bom, deixa pra lá!

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Chatos adoram chamar os não-chatos de "chatos"

É muito comum as pessoas rotularem os outros dos defeitos que elas mesmo tem. Rótulos são como bombas que ninguém quer segurar. Curioso que as pessoas sabem que os defeitos delas são defeitos, mas ao invés de eliminá-los, preferem apenas transferir os rótulos, mas mantendo os defeitos intactos e ainda gerando incômodo e danos.

Uma das situações em que isso acontece com maior frequência é quando hordas de chatos, na intenção de descontrair ou sei lá o quê, te obrigam a participar das brincadeiras que organizam. Graças a essa palhaçada chamada "espírito de equipe" que inventaram para o mercado de trabalho, obrigar os outros a se descontrair sem motivo tem se tornado rotineiros.

E olhem só quem é chamado de chato? Justamente o cara que quer ficar longe dessa chatice. Exatamente o cara que não quer chatear os outros, e também não quer ser chateado. Se você não quer participar das brincadeiras chatas de colegas ociosos que deveriam estar fazendo coisas mais importantes na hora em que resolvem chatear os outros, você é tido como chato. 

Você é pago para trabalhar, para executar tarefas para as quais você foi contratado. Então não seria obrigado a participar das brincadeiras de colegas, certo? Errado, segundo as ideologias que defendem o "espírito de equipe". Segundo essa tese, seus colegas são seus amigos e o sucesso de produtividade, coletiva que seria aceitável se limitado a atividade no trabalho, dependeria também de fatores externos ao ambiente de trabalho. Ou seja, para quem defende a tese, brincar com os colegas ajuda na sinergia do cotidiano laboral.

No Rio de Janeiro, há um exemplo onde isso e bastante comum. Cariocas inventaram essa tolice de obrigar todos os habitantes do estado a ter um time de futebol, de preferência um dos quatro mais populares. Eu não curto futebol e estou cada vez menos interessado no que acontece com cada time. 

Mas vem a horda metida a legisladora social e insiste de forma quase autoritária, mas descontraída, para que eu tenha um time. Digo que não e sou imediatamente hostilizado, como se eu quisesse acabar com a brincadeira. Eu não quero acabar com nada. Só quero que me deixem em paz e brinquem longe de mim. Principalmente quando eu, um portador de deficit de atenção, estiver concentrado no meu trabalho.

Quem gosta de futebol costuma ser bastante chato. Chato mesmo! Martelam o futebol nas cabeças dos outros, vivem obrigando os outros a ter um time, berram nos seus ouvidos, incluindo as horas de sono e o chato sou eu? Ora, seus chatos: vão saber o que significa a palavra "chato" antes de me excluir e xingar. Não é porque me recuso a participar da chatice alheia que mereço receber o rótulo de "chato da turma".

Vini Jr, Racismo e a hipocrisia da Classe Média brasileira

O assunto desta segunda feira com certeza foi o inaceitável caso de racismo sofrido pelo jogador Vinicius Júnior, o Vini, durante um jogo de...