segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Porque Bruna Marquezine e não outra mulher?

Ano de copa e Neymar, o "herói" não pode estar solteiro. A sociedade não gosta de heróis solitários e garantir que o "guerreiro benfeitor da pátria brasileira" tenha a sua donzela apaixonada completa o conto de fadas do futebol brasileiro, aumentando a já excessiva popularidade que transforma a modalidade esportiva numa obrigação cívico-social e maior fonte de renda da plutocracia brasileira.

Mas porque impor a Neymar uma atriz como Bruna Marquezine se o jogador atrai um monte de mulheres - pelo dinheiro e fama obviamente, pois ele é burro, feio e cafona - podendo escolher quem ele quiser levar para a cama. Como eu disse, Neymar é o herói do pseudo-civismo brasileiro e a imagem de gladiador da nação deve agradar a todos os brasileiros, independente de que ideologia for.

É mais do que óbvio que o casal "Brumar" é uma bem sucedida peça publicitária. É infantil acreditar que Bruna e Neymar estão juntos por amor e cumplicidade. Já foi comprovado que cada um, em sua carreira, lucra muito mais se o nome estiver vinculado ao outro. E Bruna Marquezine sonha com a carreira internacional facilitada pela associação de seu nome ao jogador do Paris Saint German.

Mas porque justamente Bruna Marquezine? Porque não a apresentadora Nicole Bahls, que já se declarou apaixonada pelo jogador? Acontece que Bruna Marquezine possui as características perfeitas desejadas pelos publicitários que controlam a carreira do jogador.

EQUILÍBRIO ENTRE SENSUALIDADE E MEIGUICE

Para ser a "mulher de Neymar" deve ser uma garota de família, mas não tão carola. Deve ter um pouco de sensualidade controlada e um corpão que possa causar cobiça dos fãs masculinos do jogador. Neymar deve ser invejado pelos torcedores. Mas não pode se unir a uma musa vulgar pois pode espantar torcedores mais recatados, sobretudo os seguidores de religiões evangélicas, que podem se horrorizar a ver o nome do jogador associado a uma musa "pornô".

Bruna Marquezine representa com perfeição o equilíbrio entre  carolice e a sensualidade. É ao mesmo tempo uma garota-família e uma musa fatal. Tem corpo de mulherão que agrada aos mais afoitos, mas mantem o jeito meigo de menina que agrada aos mais reservados. 

Enfim, Bruna é uma musa que agrada gregos e troianos, perfeita para um ídolo que pretende ser jogado como uma unanimidade para os brasileiros dos mais diversos perfis. Um esporte que pretende ser unânime em uma sociedade diversificada deve fazer de tudo para agradar a mentes díspares.

O equilíbrio é uma boa forma de tentar agradar a todos, fazer com que a cada quatro anos, durante um único mês, inimigos se deem as mãos em prol da única afinidade que possuem: a de torcer por um esporte imposto pelas regras sociais e que quase toda a população foi programada para aceitar como nosso principal gerador de dignidade. Mesmo que um ultra-cobiçado troféu seja incapaz de melhorar as condições de vida em nosso país.

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