segunda-feira, 25 de junho de 2018

Jogador Roberto Carlos vai na contramão de colegas e do xará famoso e se põe no lado dos progressistas

Eu sempre fico feliz quando alguém se assume progressista. os progressistas são, além de altruístas, portadores de uma mentalidade mais aberta e desejosos de ver o seu país em constante processo de desenvolvimento, gerando benefícios a um maior número de pessoas, quiçá todos.

Jogadores de futebol não costumam ser progressistas. Com maioria de pouca escolaridade e subindo rapidamente de classe sócio-econômica, muitos acabem perdendo sua consciência de classe, abandonando velhos amigos e os lugares de onde vieram.

Mas há exceções realmente admiráveis como o saudoso jogador Sócrates e o hoje comentarista Juninho Pernambucano, que decidiram se intelectualizar por conta própria, acabando por se revelar homens conscientes preocupados com o mundo real. Mas outro acaba de se juntar a estes: Roberto Carlos, o jogador.

Em entrevista recente, Roberto surpreendeu pela conscientização política, inteligência, franqueza e por ideais que se encaixam ao perfil progressista, raro em sua classe profissional. Houve espaço até para elogios ao de fato melhor presidente do Brasil Luís Inácio Lula da Silva, preso sem motivos por quem está interessado em ver o Brasil falido. Roberto sabiamente reconheceu a boa fase em que o ex-sindicalista comandava o país.

Fica aqui meus parabéns a Roberto Carlos e sempre esclarecendo que não sou contra o futebol nem contra os jogadores. Futebol é sadio como forma de lazer e os jogadores, tendo a iniciativa de se evoluírem como pessoas, podem se tornar homens admiráveis fora do campo. Admiro quem se esforça para sair da zona de conforto e do lugar comum. O jogador Roberto Carlos deu aula de cidadania que deve ser observada atentamente pelos seus colegas de profissão.

Ah! Roberto Carlos ainda teve a ousadia de ir contra o seu xara mais famoso, que infelizmente apoiou o golpe, mesmo de forma discreta, com elogios ao um juiz especialista em desempregar trabalhadores de promissoras indústrias nacionais. Roberto Carlos, o jogador, este sim é brasa, mora?

domingo, 24 de junho de 2018

CBF paga mídia alternativa para exaltar futebol?

Apesar de ser um esquerdista, tenho evitado os portais de esquerda em tempos de copa. Infelizmente as esquerdas tem aderido a onda midiática e fazendo coro com a mídia corporativa em prol da histeria coletiva que predomina durante um mês em épocas de copa. Isso com o Brasil na UTI após o golpe de 2016 feito financiado pelos patrocinadores da copa.

Sinceramente acho estranha esta adesão maciça das esquerdas ao futebol em copas. Isso cria um festival de contradições se lembrarmos que o futebol é uma modalidade de esporte capitalista, patrocinada e administrada por capitalistas, usada pela mídia corporativa e cuja magia é resultante de muito dinheiro investido. Ou alguém enxergaria magia em garotos feios sujos de lama, correndo atrás de uma meia enrolada em cima de uma grama mal cortada?

Que as esquerdas brasileiras nunca foram realmente contra o Capitalismo isso é fato comprovado. A queixa das esquerdas brasileiras não é contra o Capitalismo e sim contra o fato de serem excluídos dos benefícios que este sistema pode oferecer. E entre estes benefícios, obviamente está o de assistir a um jogo de futebol em um luxuoso estádio de futebol diante de jogadores transformados às custas de muito banho de loja e algumas plásticas e alterações estéticas.

Mas mesmo assim, continuo a perguntar: o que faz com que as esquerdas se unam aos direitistas no coro em prol da histeria futebolística? Será para atrair os torcedores para as plataformas alternativas? um será que a CBF está injetando dinheiro nas esquerdas para que elas sobrevivam? Não há motivos para discordar se estas duas hipóteses sejam verdadeiras, desde que as esquerdas assumam. Até porque os meios alternativos carecem de apoio e todo recurso extra que entrar será bem vindo.

É sabido que há forças estranhas patrocinando as esquerdas, para que elas não ousem mais do que já fazem. George Soros, muito criticado pelas esquerdas, patrocina tanto entidades progressistas como conservadores. Ele não é o único, mas é um bom exemplo.

Há interesses ocultos em manter o sistema como está, mesmo abrindo mais o leque para as classes oprimidas. Mas é preciso que essas classes sejam incluídas em um sistema existente, com valores e estruturas tradicionais, para que mesmo com a esquerda no poder, os poderosos não deixem de comandar o sistema. Por isso que muito dinheiro é investido, para que as esquerdas respeitem o sistema como está, mesmo exigindo mudanças significativas, mas nunca totais.

De qualquer forma, é nítido o empenho das mídias alternativas em prol do futebol, abandonando da mesma forma que faz a mídia corporativa, aqueles que preferem estar longe da algazarra futebolística, sem oferecer opções para que os avessos ao futebol possam se divertir e se sociabilizar. Ou seja, quem não curte futebol bom sujeito não é e que se vire se não quiser seguir a manada.

Crescemos acreditando no fanatismo futebolístico estimulado pela mídia corporativa. Pelo jeito até a mídia alternativa resolveu cair feito trouxa no papo furado da mídia corporativa.

sábado, 23 de junho de 2018

Mídia ignora existência de brasileiros que não curtem futebol. E não é só a mídia corporativa


Ligue a televisão, de preferência nos canais abertos. Tente achar algum brasileiro que assume não curtir futebol. Não achou? E nem vai achar! Rejeitar o futebol é uma heresia que nenhuma mídia corporativa está disposta a estimular.

E na mídia alternativa? Bom, apesar de ser um pouquinho mais compreensiva com os que preferem ficar longe da onda futebolística, ainda continua dando um "chega pra lá" nos não-torcedores, preferindo jogá-los no limbo, apesar de admitir a sua existência.

Estranho que a mídia alternativa, não tão gananciosa quanto a corporativa, prefira esconder os avessos ao futebol. Sempre mais democrática que a mídia corporativa, a mídia alternativa deveria se lembrar dos que não curtem futebol e defender os direitos destes de se divertir e de sociabilizar.

Desconheço o motivo que faz com que a mídia alternativa se una ao coro pró-futebol da corporativa. Se não é financeiro - a alternativa aparentemente não ganha dinheiro com o futebol - o motivo deve ser uma isca a pescar torcedores em massa para aumentar a audiência da mídia alternativa, já que no Brasil, o numero de torcedores é drasticamente bem maior que o de não-torcedores por uma questão de senso comum.

Todos percebem que quem gosta de futebol sonha em ver o seu hobby se tornar uma unanimidade. Essa unanimidade serviria para confirmar a lenda sem sentido de que o gosto do brasileiro pelo futebol é biológico. Serviria também para tirar a ridiculosidade de priorizar uma forma inócua de lazer tradicionalmente transformada em urgente e inadiável dever cívico.

Eu mesmo confirmei inúmeras vezes este desejo dos torcedores em ver o gosto pelo futebol convertido em unanimidade nacional. Só o conhecimento da existência de uma pessoa que se recusa a agostar de futebol lhes dá calafrios. É similar ao que acontece com os evangélicos quando conhecem um ateu. "Quem é esse herege a desafiar a sabedoria coletiva?" diria algum torcedor.

Quem controla a mídia sabe muito bem que a divulgação de algum brasileiro que não curta futebol pode ser um risco para a hegemonia futebolística pelo país. Por isso que a mídia se desespera quando vê a falta de empolgação causada pela tristeza com a perda de direitos. Por isso que ela se empanha de forma hipnótica a manter a histeria futebolística de pé.

Isso acontece a ponto da plutocracia que controla a mídia e a CBF lançarem mão de recursos para impedir o desinteresse pelo futebol, que traz muito lucro aos golpistas. Apelam inclusive para o golpista Michel Temer - que segundo dizem, detesta futebol - a pedir para a população a manter seu vício no futebol. Plutocratas sabem que desinteresse pelo futebol significa menos grana entrando em suas polpudas contas nos paraísos fiscais.

Este é o motivo que faz com que os não-torcedores permaneçam invisíveis para o senso comum. A mídia, metida a democrática, nunca irá dar voz a que, não curte futebol. Sabe muito bem que quem despreza o futebol representa uma séria ameaça aos interesses financeiros de quem lucra muito com o futebol.

Melhor forjar uma unanimidade, mesmo falsa, para que a verdadeira unanimidade possa se estabelecer um dia. Fazendo muito dinheiro entrar às custas de cada entrada da bola em um gol.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Futebol é Cavalo de Troia para os brasileiros

Recentemente uma mensagem no perfil oficial do Twitter do golpista Michel Temer pedia, lançando mão de vários clichês, para que os brasileiros esquecessem momentaneamente a crise e torcessem pela "seleção". Só que duas coisas estranhas notam-se na mensagem, além dos clichês: Temer parece não gostar de futebol e o fato de uma autoridade exigir que a população curta futebol. estava na cara que tinha caroço nesse angu.

A revelação do motivo que fez um, ilegítimo, verdade, "presidente" pedir para a população aderir em massa ao futebol, foi revelado depois: Temer pretende usar a copa para acelerar as maldades, como eliminar mais direitos e tentar vender as empresas estratégicas a estrangeiros. É bom lembrar que os patrocinadores da copa são os mesmos do golpe e todos interessados em impedir que o Brasil se desenvolva, ameaçando a hegemonia dos países desenvolvidos no comando mundial.

A mídia corporativa passou muitas décadas enfiando na cabeça do brasileiro que o futebol seria a sua razão de ser. Se tornar o melhor no futebol seria a meta. O resto seria supérfluo. Incluindo q melhoria da qualidade de vida em aspectos necessários à sobrevivência humana. Tudo, mas tudo seria supérfluo diante do prioritário futebol.

A plutocracia descobriu um excelente modo de manobrar as massas no Brasil, fazendo as desviar do mundo real e colocar um supérfluo como uma prioridade nacional. Até mesmo a normalmente esclarecida esquerda caiu como patinho diante do maravilhoso Cavalo de Troia do futebol. nada como transformar um lazer em dever cívico para que o verdadeiro civismo nunca se manifeste.

Ainda mais o brasileiro, acostumado a colocar o lazer como prioridade. Imagine uma professora na escola primária dizendo que seus alunos são obrigados a sair para o recreio para ir brincar. Todo mundo foi automaticamente acatar a ordem da professora para correr pra lá e pra cá no pátio da escola.

Nem é preciso dizer que , mesmo com quase 100% de rejeição, Temer foi imediatamente obedecido. Os ladrões que vem saquear nossos bens e direitos já podem praticar o assalto com a mais absoluta tranquilidade. ninguém estará vendo. Estão todos de olho no Neymar, o arroz de festa.

Foi para isso que Temer pediu para os brasileiros torcerem para a copa. Foi para isso que patrocinadores do golpe patrocinam a copa. Foi para isso que a plutocracia deseja que os brasileiros priorizem o futebol. nada melhor que o futebol para anestesia uma população com problemas que nunca se resolvem. 

O resultado e o mesmo: ganhamos no futebol, perdemos no resto. E a perda é total.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Porque os brasileiros gostam de futebol? Essa ninguém responde

No Brasil, o fato de gostar de futebol está não naturalizado que ninguém se preocupa em entender os motivos que fazem um esporte tão rudimentar ser extremamente popular a ponto de parar um país inteiro e de se tornar uma regra rígida de etiqueta social. 

Tente perguntar a qualquer brasileiro porque as pessoas gostam de futebol? Ou melhor: tente perguntar a um torcedor brasileiro porque ele gosta de futebol. Você vai ouvir todo o tipo de resposta, várias bem surreais. Mas nenhuma com a explicação real: medo da solidão.

A mídia, com valiosa ajuda das regras sociais, consagrou a ideia de que brasileiros são obrigados a gostar de futebol. Quem não gosta é condenado a solidão, ao tédio e perde muitos benefícios apenas adquiridos com bom prestígio social, como emprego e namoro. 

Na verdade, todos sabem disso mas evitam comentar. Assumir esta razão é tornar a admiração pelo futebol como algo não-natural. Não é interesse da maioria desnaturalizar o fanatismo pelo futebol. 

Tanto é que os torcedores fazem mil loucuras, são surreais, enlouquecidos, berram alto, fazem as mil loucuras, mas quem recebe rótulo de "louco" são os pacatos que preferem passar longe da insanidade futebolística. Torcedores chateiam, mas chato é quem não curte futebol.

Essa falta de explicação ajuda bastante a manter o fanatismo futebolístico que chega ao ponto de confundir país com 11 analfabetos enriquecidos vestidos de amarelo. Os coxinhas anti-Dilma (e anti-Brasil) souberam muito bem por em prática esta confusão usando o uniforme da CBF em protestos políticos contra o próprio direito. O golpe agradece muito a esta confusão entre futebol e pátria. E nunca pede explicações para isso.

Até porque, sendo coxinha ou não, tudo que os brasileiros querem é um título no futebol. O resto é supérfluo. Se a coisa não funcionar, jeitinho brasileiro dá um jeito.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

As Gincanas do Colégio Brasil

Havia na cidade um colégio chamado Brasil. Era um colégio grande, mas simples e um tanto precário. Faltava até giz para escrever no quadro negro. Ás vezes dias ficavam sem aulas, seja por falta de condições, seja por protesto de professores quanto a situação do colégio. 

Professores eram ruins e mal remunerados. As carteiras, sempre com algum rachadura ou parte quebrada. O espaço destinado a colocar os livros nas carteiras eram habitados por insetos nem sempre agradáveis. Havia presença de aranhas venenosas. Felizmente ninguém foi picado por estas até o momento. Mas o incômodo com a presença dos insetos era real e atrapalhava o aprendizado.

Faltava água e luz com frequência. Uma vez a porta de uma sala emperrou no final de uma aula e para os alunos saírem, tiveram que quebrar a porta. Havia muitas carteiras abandonadas por falta de uso, por estarem danificadas pela má conservação.

O diretor, desanimado com a falta de recursos, demonstrava um comportamento que foi entendido pelos outros como "malandragem" e foi demitido do cargo de forma injusta. Em seu lugar, entrou outro claramente interessado em destruir ainda mais a escola.

Mas a escola não era de todo ruim. Ela tinha algo de bom para se orgulhar. Apesar da péssima qualidade de ensino e da falta de condições para o seu funcionamento, o Colégio Brasil tinha a melhor gincana de todas as escolas na cidade. E sempre vencia as gincanas, que sempre eram memoráveis, melhorando a cada ano. 

Pais matriculavam seus filhos apenas para poderem participar das gincanas. Vários dos alunos do Colégio Brasil se consagravam após vencer as gincanas. Venciam as gincanas em outros municípios. A fama do colégio de fazer as melhores gincanas e gerar os melhores atletas das gincanas se tornou mundial. 

Nas paradas da cidade, estudantes do Colégio Brasil se destacavam enquanto desfilavam. Todos queriam ver os alunos do colégio nas festividades da cidade. A alegria se instalava só em ver o colégio sendo mencionado nas festividades. Em suas gincanas, o Colégio Brasil era definitivamente imbatível. E não dá sinais de que vai deixar de ser. Certamente ainda ganhará muitas gincanas no futuro.

Enfim, mesmo em falência total, o Colégio Brasil tinha um motivo para se orgulhar.

terça-feira, 19 de junho de 2018

Supostamente avesso a futebol, Temer convoca brasileiros para torcer na copa

As grandes corporações patrocinaram o golpe. As mesmas grandes corporações patrocinam a copa. Nada mais coerente que as corporações desejem que todos os brasileiros esqueçam tudo em prol da abstrata alegria do futebol. Até porque copa é quando as grandes corporações mais ganham dinheiro, a ser depositado secretamente em longínquos paraísos fiscais.

Para representar a plutocracia que lucra com a copa, foi escalado o corsário que finge ser o presidente do Brasil, o golpista Michel Temer, para implorar a população para que esqueça os problemas e torça pela vitória da "seleção" na copa. Só no Brasil para o sucesso no futebol ser tratado como um assunto de estado. Como se a vitória no futebol pudesse compensar as maldades de ter que eliminar direitos e soberania de um povo.

O curioso é que, segundo rumores, Michel Temer não gosta de futebol. A própria mensagem publicada por ele é cheia de clichês. Esse negócio de "200 milhões de torcedores" e a tradicional confusão entre "seleção" e "país", já surradas durante muitas décadas pela mídia corporativa e reverberadas como eco pela mídia alternativa. O comentário atribuído a Temer é típico de quem não tem a menor intimidade com o assunto. Nem para falar contra.

Mas como ele fala em nome dos patrocinadores da copa - que patrocinaram o golpe - e há o interesse em usar o futebol como cortina de fumaça a esconder as maldades que Temer ainda fará enquanto o povo estiver anestesiado com o rolar da bola no campo, la veio ele agir para impedir o fim da histeria futebolística, ameaçada pela tristeza gerada pela perda de direitos.

Mais estranho ainda é ver que o pedido nobre de manter o fanatismo ilusório do futebol parta de alguém com quase 100% de rejeição. O que significa que se depender de Temer, o tiro sairá pela culatra e os brasileiros passem a torcer pela derrota dos amarelados - liderados pelo também golpista, o tucano Neymar - para ver o vampiroso golpista ficar murcho de tristeza.

Como falei, é triste ver uma forma de lazer tratada como se fosse um assunto urgente de segurança nacional. Crescemos acreditando que uma forma de lazer iria salvar a nossa dignidade. Tenho certeza que se não deixarmos de ser uma Pátria de Chuteiras, estaremos sempre na pior, pois o conto-de-fadas do futebol nunca nos ajudou a ter dignidade, soberania e a ser uma potência econômica. É pura ilusão.

Mas ilusões enchem as contas dos mais ricos. Para isso que o fanatismo do futebol serve.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Os brasileiros poderiam ter escolhido uma forma de consenso menos barulhenta

Para os brasileiros, futebol é prioridade máxima. Com apenas 518 anos de idade, o Brasil ainda se encontra dentro da mais tenra infância, diante de nações milenares. normal agir como criança e colocar a brincadeira acima de assuntos mais sérios. Com o tempo amadureceremos. Quando? Eu não sei.

Nada tenho contra o futebol. Quer curtir futebol, curta. Só me incomoda três coisas:
- A colocação do futebol como prioridade;
- O barulho infernal provocado pela torcida;
- Torcedores chatos que só vivem falando de futebol e me obrigam a gostar do mesmo.

Caramba, como o futebol é esporte de gente chata e disposta a chatear os outros. Mas ninguém chama de chato por se tratar de imensa maioria. O senso comum não considera errado o erro cometido pela maioria. Se a maioria erra, ela não erra porque é maioria. Pois seguir a manada é a coisa mais certa a fazer. Mesmo que o destino da manada seja se espatifar no despenhadeiro. Algo tolerável em um país sem soberania onde os brasileiros estão acostumados a sofrer.

Torcedor é gente muito chata. Pior que quando reclamo, o chato sou eu. Não sou eu que vivo fazendo barulho. Não sou eu que converso usando o monotema futebol como assunto. Não sou eu que fico obrigando os outros e entrarem na minha. Eu não chateio ninguém, mas eu que sou o chato? Que chato!

Será que não havia outro tipo de hobby para ser a "paixão nacional"? Um hobby menos barulhento. Música erudita por exemplo? Porque a mídia não estipula como tradição nacional o gosto pela musica erudita? Música erudita não chateia, não estoura os tímpanos e não irrita. Muita gente não gosta, mas eu adoro música erudita (das boas, com orquestras de verdade e não as palhaçadas popularescas regidas pelo Andre Rieu). A verdadeira música erudita é um excelente relaxante.

Outra "paixão nacional" poderia ser as caminhadas pela natureza, conhecidas como trekking. Aí multidões imensas iriam para um lugar meio distante dos centros e iriam fazer as suas farras lá, deixando as cidades bem silenciosas. Todos ganhariam: o adepto do trekking ganharia companhia e segurança e o não adepto ganharia o sossego. Simples assim.

Mas como a realidade não é boa nem linda, vou ter que aguentar a histeria da copa nos jogos do supérfluo futebol. Os brasileiros detestam sossego e tranquilidade e quem gosta de sossego que se vire para ter, pois ninguém está disposto a colaborar para um país mais tranquilo e pacífico.

domingo, 17 de junho de 2018

O novo Presidente do Brasil

Um menino de origem pobre que conquistou a maioria esmagadora dos brasileiros. Sem diploma de nível superior, conseguiu ser o brasileiro mais influente de seu tempo, elogiado por estrangeiros. Amigo de políticos, durante um mês, ele senta na cadeira presidencial e comandará um país inteiro praticamente sem fazer esforço.

Pensou que era aquele outro? Nada disso.

Este será o Presidente do Brasil pelo exato período de um mês. Até mesmo as esquerdas já admitem isso.

Pois desde 2016, o Brasil deixou de ser um país. Brasil, hoje é nome de time de futebol. A bandeira e o hino já representam a CBF. Nada mais justo que elejamos seu maior representante como o mais novo Presidente da República de Chuteiras do Brasil.

Um presidente com nação. Um príncipe com princesa. Um rei com súditos. O Rei Momo do Carnaval futebolístico. Vossa Majestade.

Olhem para a foto abaixo. Este será o seu líder. Independente de ideologias, se ajoelhem diante de seu Presidente. Ele tomou posse hoje e desde já o Brasil se encontra sob o seu comando.

Até o encanto provisório do sonho futebolístico acabar.


sábado, 16 de junho de 2018

Golpe'n'Gol

Uma das maneiras mais eficientes para fazer os brasileiros aceitarem injustiças e atrocidades, é através do futebol. Educado a tratar a modalidade esportiva como sua prioridade máxima e motivo maior de seu orgulho pseudo-cívico, os brasileiros se anestesiam diante de um jogo de futebol. 

O Brasil pode até ser vítima de uma gigantesca hecatombe nuclear que se a "seleção" estiver bem em copas, os brasileiros estarão tranquilos. Isso até morrerem de algum tipo de câncer. Mas nem isso importa. Importa é ver o Brasil campeão no futebol.

O golpe iniciado em 2016 depende do futebol para se fortalecer. Não é coincidência o fato de que os patrocinadores da "seleção" sejam os mesmos que financiaram o golpe. H[a interesses em jogo e capitalistas sabem muito bem que povo distraído é povo incapaz de impedir o saque que enriquece ainda mais os magnatas.

O Brasil se encontra em sua pior fase. Nem mesmo nos primórdios do período colonial e na ditadura militar, o país esteve tão ruim. Mas aí é que o sempre sedutor futebol entra em ação para dopar os brasileiros e fazê-los ficar alheios ao que acontece de sério no mundo real.

Até mesmo quem não se acha tão alienado, se torna uma presa fácil diante da sedução futebolística. Futebol é considerado como algo sério no Brasil e uma grande quantidade de pessoas se empenha de forma dedicada para que o desânimo com o golpe não acabe com a histeria pró-copa.

Autoridades sabem muito bem que é um momento certo para cometer atrocidades. Alheios ao mundo real e preocupados com mais uma desejada vitória da "seleção" em copas, brasileiro ignorariam com imensa facilidade qualquer tipo de medida drástica a ser tomada em prol dos golpistas.

Sabe-se que nos bastidores da política, várias medidas poderão ser tomadas durante a copa, se aproveitando da distração da população. É por isso que os patrocinadores do golpe insistem em estimular o gosto pelo futebol para que a população tenha meios de se anestesiar e fugir do mundo real, enquanto a dignidade da população vai sendo silenciosamente destruída.

Corre grande risco de comemorarmos o hexacampeonato em cima de escombros, diante de um país que não existe mais, reduzido a 11 palhaços vestidos de amarelo, a única coisa que sobrará do Brasil.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

O estranho coitadismo dos torcedores de futebol, apoiados por tudo e por todos

Se você procurara a internet, vai encontrar textos em que torcedores de futebol pedem respeito pelo seu hobby, como se eles fossem os excluídos sociais de um esporte ultra-apoiado por tudo e por todos.

Eu não sei o que passa na cabeça de muitos torcedores de futebol que os faz agir na defensiva, como se o hobby deles fosse curtido por uma minoria abandonada. Pelo contrário. O futebol, além de ser amplamente curtido, foi convertido em obrigação social, o que força um aumento de demanda na adesão, além do apoio incondicional da mídia e de autoridades em geral.

Ou seja, quem curte futebol é muito mais do que paparicado. Então porque o coitadismo, o vitimismo dos torcedores? Quem deveria posar de vítima é quem não curte futebol, abandonado socialmente, frequentemente criticado, sofrendo preconceitos e sem opção de lazer.

Quem não curte futebol é que deveria reclamar de falta de respeito e de apoio. Pois quanto aos torcedores, o respeito e o apoio dados para quem curte futebol é muito mais do que abundante.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

De repente o golpe acabou e a democracia se instalou...

A copa é realmente uma coisa mágica. De repente o Brasil vira um paraíso, com prosperidade, igualdade social e muita justiça. De uma hora para outra deixamos de ter inimigos, todo mundo é gente boa e somos todos felizes. Finalmente o golpe acabou e instauramos uma democracia socialista no Brasil. Um verdadeiro paraíso.

Durante a copa, não há mais direitistas, nem corruptos. Somos todos prósperos e subitamente os ricos ficam com imensa vontade de pegar um helicóptero e jogar uma chuva de dinheiro para toda a população. Passamos a ter simpatia por todos que se encaixam na categoria de "seres humanos".

Tudo fica lindo durante a copa. Passamos a nos dar as mãos, principalmente aos que normalmente costumamos xingar e agredir, seja verbalmente, seja fisicamente. Do nada, inimigos tradicionais passam a ser bonzinhos.

Até mesmo aquele locutor chato, que a mídia insiste em escalar para os jogos mais importantes, passa a ser tão agradável quanto um rouxinol fofinho cantando. Tudo fica maravilhoso e até nosso miserável país, prestes a se tornar um misto de Haiti com o Iraque, vira uma potência mundial a atrair as atenções pelo mundo.

Enfim, tudo fica maravilhoso com a copa.Um verdadeiro baile de Cinderela. Só que em agosto, a carruagem vira abóbora. E ficamos todos lambuzados com a melequenta polpa.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Estamos deixando a infância?

Segundo pesquisas, está havendo uma possível queda de popularidade do futebol, já denunciada pelo desânimo dos brasileiros na copa que se inicia. Será que estamos finalmente amadurecendo? Será que o futebol deixará de ser um dever cívico e retomará a sua vocação original de mera diversão? Será que o futebol passará a ser coisa de torcedor e não "coisa de brasileiro"?

Sendo a seleção com mais títulos em campeonatos mundiais, a população começa a perceber que esta vantagem não interfere no mundo real e nem serve de compensação para um país que, após o golpe, retoma a sua triste sina de país sub-desenvolvido, submisso ao Grande Capital das grandes potências.

Tanto as esquerdas ingênuas que defendem o patriotismo de copa quanto a direita que lucra com o futebol em épocas de copa estão desesperados pelo possível desinteresse pelo futebol. Por um motivo ou por outro, há forças que se dão muito bem com o aumento de adesões a uma histeria ilusória que em nada interfere na melhoria da população brasileira.

Durante muitas décadas fomos programados para aceitar o futebol como nosso maior motivo de orgulho. Ao ponto de transformar a modalidade em obrigação social, fazendo com que muitos só "gostassem de futebol" para se sentirem incluídos na sociedade ou terem a oportunidade de berrar feito loucos sem que isso parecesse uma gafe. 

Éramos como crianças, priorizando uma brincadeira para deixar assuntos sérios para segundo plano, enquanto os problemas cresciam como um câncer a ponto de se tornarem quase insolúveis. Isso sempre foi maravilhoso para as classes dominantes que, além de lucrar muito com a copa, usava o futebol para anestesiar literalmente a população, que acabava se conformando com a situação ruim em que se encontrava. Somos ruins em tudo , mas pelo menos melhores no futebol. E isso era tudo.

Mas com o golpe que destrói direitos e soberania, nem mesmo ser "o melhor no futebol" compensa a desgraça. Somado ao fato de que os coxinhas roubaram o uniforme da CBF, obviamente inspirados na insistente confusão entre futebol e pátria, o golpe tirou a nossa capacidade de sorrir diante da diversão. 

Descobrimos finalmente que a vitória no futebol não somente não influi no mundo real como é utilizado de forma perversa pelas forças que nos querem na miséria. Não é coincidência que os financiadores do golpe são os mesmos que patrocinam a Seleção Brasileira de Futebol. Ou seja, vamos dar o osso para o cachorro parar de latir enquanto o sacrificamos. Fazer o brasileiro sorrir da desgraça crônica imposta pelos mesmos que trazem a diversão. Perversidade estranha, essa.

Vamos aguardar os anos que se seguem. Um dia as pessoas saem da infância e passam a largar os brinquedos. Será que os brasileiros estão finalmente entrando na maturidade, desistindo de transformar uma mera brincadeira em dever cívico? 

Será que vamos parar de brincar de patriotas de quatro em quatro anos para sermos de fato patriotas e lutar pelos nossos direitos e nossa soberania, arrancados na marra pelos golpistas? Tomara! Já está mais do que na hora!

terça-feira, 12 de junho de 2018

Os problemas no namoro com uma torcedora de futebol

Nada tenho contra o futebol em si. Mas algo comprovado na prática e que a maioria esmagadora dos torcedores não costuma gostar mais de seres humanos do que de times de futebol. E sinceramente acho ofensivo alguém gostar tanto de mim quanto de um time de futebol, pois é humilhante para mim ser comparado a uma coisa abstrata. Como se eu fosse um reles nada.

Poderia muito bem respeitar o fato de ter uma namorada que goste de futebol. Aqui no RJ são pouquíssimas mulheres que assumem não gostar de futebol e várias destas estão muito bem casadas. Ironicamente casadas com torcedores (deve ser um horror este tipo de relacionamento). Mas sei que na hora do futebol, eu vou ser deixado de lado. Isso é uma certeza, como o nascer do sol.

Imagine uma bela tarde ensolarada. Uma oportunidade ideal para um momento de romantismo. Eu proponho passar este belo momento ao lado de minha amada, que lamenta e diz que não pode porque no mesmo horário, o time dela terá um jogo decisivo e que o apoio da torcida é importante. Chato, não é?

Bom motivo para encerrar o namoro, mesmo que eu leve uma verdadeira surra nas redes sociais com falsos românticos protestando contra a minha decisão de terminar o namoro com uma mulher que acha que futebol é mais importante que o seu namorado.

E do jeito que as mulheres do RJ tem fama de infiéis, já imaginou eu acordar em um dia e perceber e que entre mim e minha mulher está deitado o craque do time dela? E se for o time todo? Com técnico e tudo? E os magnatas que administram o futebol?: eles tem muito dinheiro! Argh!

Futebol é uma diversão e não deve ser levado a sério. Nunca deve ser uma prioridade. E se existem relacionamentos, eles devem ser respeitados. Não é questão de posse pois ser humano não é coisa para ser propriedade de alguém. Nem é coisa para ser afetivamente igualado a time de futebol.

Mas se um namoro começa, um acordo é estabelecido e deve ser respeitado. Afinal, se termina em casamento, você vai conviver com a mulher todos os dias. E nunca é bom conviver sob o mesmo teto com alguém que pensa diferente de você além de não te dar a mínima...

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Golpe promete maldades durante a copa

Enquanto o povo brasileiro segue sedado durante a copa e os esquerdistas eroticamente excitados pelo direitista Neymar (aquele amigão do Aécio Neves), o vampirão da Tuiuti, o temeroso Michel promete agilizar mais medidas do golpe, se aproveitando da distração dos brasileiros, mais preocupados com o sucesso dos amarelados em cima do gramado.

Está sendo anunciada para um dos dias durante a copa, a conclusão da venda da Petrobrás, que deverá acontecer longe dos olhos da população. Caso a "seleção" vença a copa, o que é a verdadeira meta para um povo infantil na puerilidade de seus apenas 518 aninhos, o povo comemorará sem a soberania nacional, se esquecendo que "Brasil" deixou de ser um país para ser nome de um time de futebol.

Não fui informado sobre as outras maldades que Temer et caterva pretendem fazer enquanto os infantis brasileiros se entorpecem com a magia futebolística. Mas se os golpistas forem espertos, esta será uma ótima fase para correr com o golpe e aprovar uma série de maldades.

Mas vai ser bom. Se a seleção vencer, Temer segurará a taça e se tornará o cara mais legal do Brasil. Até que a população acorde do sonho encantado e perceba que não tem mais soberania.

Não faz mal. Somos os melhores no futebol. E só. Temos que nos conformar com isso.


domingo, 10 de junho de 2018

Mimimi das esquerdas com o desprezo pela copa

As esquerdas estão chorando tristinhas porque os brasileiros não estão animados para a copa. Cresceram acreditando que Brasil sempre foi o nome de um time de futebol e achando que o Hino Nacional Brasileiro era o hino da CBF. 

Mas com a crise causada pelo Golpe, o outro Brasil, aquele do mundo real, o mesmo esquecido durante os tempos de copa, trocado por um grupelho de 11 analfabetos multimilionários, agoniza em praça pública. Os esquerdistas ingênuos agora esperneiam como se tivessem sido proibidos de curtir o futebol na copa de 2018.

E justamente a copa ocorrida na Rússia, pátria do esquerdismo! Se bem que os jogadores brasileiros são um bando de direitistas que acredita na lenda da meritocracia. O tucano Neymar não me deixa mentir. Puxa vida, os esquerdistas vão perder a oportunidade de berrarem feito loucos ao ver seus direitistas favoritos lutarem, jogando na pátria do Socialismo, por um reles troféu que ficara na sala do Ricardo Teixeira? Nada disso!

Por isso que as esquerdas estão cheias de mimimi, esperneando pelo direito de acreditar na lorota de que somos o melhor futebol do mundo". Engraçado que um livro escrito por jornalistas de esquerda deixou vazar que o Brasil só ganhava em copas com o dedo de cartolas ultrapoderosos. Está na cara que o melhor jogador brasileiro de todos os tempos se chama João Havelange. Pelé vem em seguida. Tirem os cartolas e os patrocinadores e me digam o que sobra no futebol, sem seus tradicionais mecenas.

Ora, ora, ora! Esquerdistas, acordem do sonho encantado. Futebol é só lazer. Só, somente só. O Golpe de 2016 não vai acabar com a conquista do "hexa". Futebol é somente um lazerzinho besta e ficar sem ele não vai machucar ninguém. A magoazinha de não ver a copa passa. Do contrário das medidas horrendas de Temer, sobretudo a escravocrata "reforma" trabalhista, que até agora nenhum patriota de copa se empenhou em lutar contra.

Aliás, até gostaria de ver a "seleção" campeã para no dia seguinte Bolsonaro tomar posse através de outro golpe, só que militar, para acionar o despertador supersônico que acordará os brasileiros do encantado sonho futebolístico do "príncipe" Neymar e de sua duquesa de Sucesso Bruna Marketing (não é erro gráfico - é Marketing mesmo).

Ai, quando o pesadelo direitista se instalar de vez, o povo vai lembrar que futebol é somente um lazer e que a vitória em seu mais importante campeonato foi inútil para trazer de volta a dignidade que tínhamos com os governos petistas. Pelo menos Lula lutou para fazer com que o Brasil fosse algo além de um mero timinho de futebol. Para que o Brasil fosse realmente um país.

Até porque, até onde eu sei, brincadeiras nunca mudaram políticas na história mundial. Ou vamos continuar nessa de brincar de amarelinha? Amarelinha da CBF!

sábado, 9 de junho de 2018

Em véspera de campeonato de futebol, tenista Maria Esther Bueno morre diante do desprezo dos brasileiros

Tivemos ontem a notícia do falecimento da maior tenista brasileira de todos os tempos, Maria Esther Bueno, aos 78 anos. Morreu de câncer na garganta. Era o maior nome do tênis brasileiro, um esporte que, do contrário do futebol, é tratado omo mero esporte e não como dever cívico-social, tendo por isso uma pouquíssima popularidade em nosso território.

Isso explica porque o país não parou para reverenciar a sua maior atleta no tênis. Para os tenistas, a importância de Bueno é a mesma do que a importância de Pelé para o futebol. Mas o tênis não é "símbolo pátrio". O tênis não atrai multidões. O tênis nunca parou um país.

Por isso que o falecimento do maior nome do tênis brasileiro vem sendo tratado como o falecimento de uma pessoa qualquer. "Maria Esther Bueno? Quem é ela?", perguntaria qualquer desavisado, sem saber quem era ela. 

Natural para um país esportivamente monotemático achar que o tênis nunca passou de um esporte para magnatas gringos. Tênis não importa. Queremos ver gol. Matemos e morramos pelo futebol, razão de ser de um povo acomodado e medroso como o brasileiro, incapaz de lutar pelos seus direitos. Só o futebol interessa. Só o futebol é importante. Só e somente só. O resto que se exploda. 

Imagine se ao invés de Maria Esther Bueno tivesse morrido o Pelé? Obviamente o país pararia. A importância do maior jogador de um esporte que praticamente é um dever cívico - que por isso atrai até mesmo que detesta ficar 90 minutos vendo 11 bonecos correndo parla e pra cá, ansioso para berrar a cada entrada da bola na rede - vale mais a pena do que qualquer maior atleta de um esporte que não seja tão socialmente massivo e midiático.

Fico triste com o desprezo dado para uma atleta que representou muito bem um esporte bem mais interessante do que o futebol. Mas não fomos treinados pelo sistema a gostar de tênis. Por isso que o falecimento de Maria Esther Bueno soa para muitos o falecimento de uma idosa qualquer.

Triste ver um povo com vocação para diversidade negar esta mesma diversidade para a a apreciação por esportes. Temos muitos esportes, mas queremos apenas um só. Por isso que Maria Esther Bueno morre sob o mais absoluto silêncio. Lamentável. Para muitos brasileiros, ela nada significou. Não foi o Pelé que morreu. Mesmo que ela tenha sido de fato o "Pelé do tênis".

Nada contra o Pelé e seu esporte. Mas é estranho ver um desequilíbrio de atenção para o futebol em relação aos outros esportes. Quase tudo para o futebol e quase nada para o resto dos esportes. O futebol nem tem características assim para prender tanta atenção.

É mais do que explícito que os costumes sociais, com valiosa ajuda midiática, moldaram nossa suposta preferência pelo futebol. Todos sabem, mas ninguém fala: quem não adere ao futebol fica sozinho, vive sozinho e morre sozinho. Futebol é legal porque é o único esporte que atrai multidões no Brasil. No final, todos acabam admitindo isso.

Fica aqui a minha gratidão e a minha homenagem a Maria Esther Bueno, o maior nome do tênis brasileiro, um esporte que eu gostaria de praticar.

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Existem dois tipos de esporte: Football e Futebol

Nesta copa irão se encontrar na verdade, dois esportes: o football e o futebol, este último com o "e" bem pronunciando.

football é um esporte em que entram em campo 11 jogadores que atuam com firmeza para alcançar o objetivo de colocar a bola em uma trave com uma rede. Os jogadores seguem as orientações de um técnico que decide as estratégias do time para a competição. É praticado nos países evoluídos e podem ser embalados por canções de bandas de rock. As bandas britânicas New OrderOasis e Wedding Present já fizeram menções ao esporte em suas canções.

Já o futebol é uma pataquada metida a ato cívico que enlouquece um bando de fanáticos e que consiste em 11 analfabetos que ganham muito dinheiro sem estudar, para ficarem correndo atrás de uma bola num campo esverdeado. Os objetivos desses 11 analfabetos é alcançado através de muita mutreta, principalmente em subornos para que o time adversário perca de propósito. Os 11 analfabetos são notórios garanhões, desconhecendo absolutamente o significado da palavra "solidão".É praticado no Brasil e em países atrasados, com alto índice de analfabetismo.A trilha musical mais adequada são as tendências da música brega (incluindo axé, "funk", pagode) ou música evangélica.

Espero que eu tenha sido claro.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

O preconceito que as esquerdas não querem combater

Eu sou esquerdista, embora concorde que esquerdistas merecem críticas. Seres humanos sempre erram é críticas, quando respeitosas, servem para alertar sobre o ponto que deve ser corrigido. Mas a ideologia progressista, consagrada pelo nome de "esquerda" é boa, exigindo o fim das desigualdades e a resolução de problemas de forma mais efetiva, barata a rápida.

As esquerdas vem lutando bastante pelo fim das desigualdades e tem tido um atuação exemplar em prol do bem estar dos socialmente excluídos, defendendo o direito de todo e qualquer ser humano de ser feliz e ter qualidade de vida. Mas há uma causa que as esquerdas se esquecem de aderir: a defesa das pessoas que não curtem futebol.

Em um país que trata o futebol como "dever cívico", é natural forjar uma suposta unanimidade, transformando o hobby em obrigação social. Isso dá uma origem a um preconceito que marginaliza aqueles que não estão dispostos a ficar 90 minutos olhando para uma bolinha rolando em cima de uma grama. 

A transformação em obrigação fez com que muita gente aderisse na marra, tendo o surreal fato de muitos torcedores que não entendem de futebol, mais preocupados em cumprir um ritual social do que realmente assistir a uma partida esportiva. Todos sabem que aquele que fugir do tal ritual perde importantes direitos somente adquiridos com o adequado convívio social.

Mas sempre há os que, como eu, se recusam a cumprir este tipo de obrigação. Sei que sofro muitos preconceitos e já fiz várias inimizades somente por causa da minha recusa a aderir a histeria futebolística. 

Se as esquerdas acham que ninguém deve ser obrigado a nada e que gostos devem ser respeitados, porque não lutar em prol do direito de não gostar de futebol? Ao ver sites e vídeos de esquerda, fica a impressão de que ou eles acham que 100% dos brasileiros gostam de futebol, ignorando que futebol não é uma unanimidade, ou concordam com a imposição de transformar o futebol em obrigação.

Eu gostaria muito que as esquerdas acrescentassem a defesa dos não torcedores, pessoas que em tempos de copa se situam nos mais tristes solidão e tédio, sugerindo maneiras de incluir não-torcedores no convívio social. Criar uma campanha pelo direito de não curtir futebol e pelo respeito aos que não curtem futebol já seria um bom começo.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Esquerdistas estão desesperados pela falta de empolgação pelo futebol

As esquerdas estão perplexas diante da falta de empolgação em reação à copa que começa na semana que vem. Acostumados ao clima de histeria coletiva supostamente unânime que une pessoas de diversas e até opostas ideologias, forças progressistas estão estranhando o desânimo e tentam como cheerleaders de fim de campeonato a animar os poucos que ainda se dispõem a aderir a ilusão futebolística.

Os sites de esquerda, quase todos, estão lançando todos os meios para estimular o retorno da histeria futebolística. Apesar de compreenderem que não é uma época boa para se dedicar a copa, pois o país está arrasado com o golpe, acham que o Brasil não deve abrir mão daquilo que - supostamente - seria seu único "exito". 

Supostamente porque segundo o livro o Lado Sujo do Futebol, curiosamente escrito por esquerdistas, o bom êxito do Brasil em copas coincidiu com a poderosa influência de cartolas brasileiros na FIFA, que mexeram os pauzinhos para que os brasileiros poderem ter uma vitória senão fácil, mas garantida. Ou seja a crença de que somos os melhores no futebol é puro mito. Mito em que ainda insistimos em acreditar em prol de nosso prazer efêmero.

Todos se esquecem de que o futebol nunca passou de mera forma de lazer. Forçar a barra para que se torne um dever cívico nunca foi uma boa ideia e criou um preconceito contra os que não sentem prazer em se sentar diante de uma televisão vendo uma tela verde cheia de bonecos correndo pra lá e pra cá. 

Espero que as esquerdas se emende porque parece que a direita está se emendando. Se não é bom obrigar pessoas a deixar de gostar de futebol, é também ruim obrigar pessoas a gostar. Não é porque milhões urram por uma bolinha batendo na rede que vou urrar também.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Os golpistas querem que você curta futebol

Ei, amigo, você que curte futebol! Saiba que o futebol que você tanto ama é garantido por várias forças que você não curte muito: corporações patrocinando, cartolas comandando e governantes autorizando e estimulando. Afinal, somente quem está comprometido com o Grande Capital pode transformar um reles esporte de várzea num conto de fadas mágico e contagiante.

Não foi por acaso que os requerentes do golpe saíram com camisetas da CBF acreditando serem estas os símbolos cívicos uma Pátria de Chuteiras. Os mesmos patrocinadores da amada e idolatrada "seleção" de amarelados são os mesmos que patrocinaram a expulsão de Dilma e todas as reformas que rapidamente destruíram o Brasil em apenas dois anos. 

Afinal, para as corporações que mandam no país, o povo brasileiro só tem um único "direito": gostar de futebol. Sem direitos que garantam uma vida digna, é bom que ele tenha uma espécie de analgésico a criar a ilusão momentânea de que o sofrimento é real. Por isso que não é contraditório, embora pareça, que os patrocinadores do golpe fossem os mesmo patrocinadores do futebol.

Isso se você não se esquecer de que políticos de direita gostam de futebol também. Não é só aquele vermelhinho simpático que fala no fim das injustiças que vive defendendo o direito de ver um bando de bonecos correndo em uma tela verde. Aquele direitista que vive tirando o dinheiro do seu bolso para por nos dos ricos também quer que você curta futebol.

Não por acaso jogadores e ex-jogadores de futebol abraçaram o direitismo. Atores e celebridades pró-golpe também são figurinhas frequentes em jogos de futebol, principalmente em tempos de copa. Grandes empresários torcem para times e vivem falando a todos os cantos de coisas "bonitas" sobre o futebol. Afinal, futebol é um meio ótimo para unir pessoas que em utras ocasiões costumam se odiar.

Em um país onde futebol não é apenas exclusividade de quem gosta, e sim "coisa de brasileiro", todos se empenham em fazer com que você gosta de futebol de qualquer maneira. Ame o futebol ou deixe o país. Aqui no Brasil, você é refém do futebol e os golpistas do movimento do pato anti-PT farão você nunca desistir deste prazer artificial.

Futebol não traz dignidade e nem qualidade de vida. Mas você vai continuar acreditando que não vive sem o tal futebol. Afinal, o Grande Capital lhe treinou durante décadas para acreditar nisso.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Com Brasil em frangalhos, esquerda foca a copa

Desde 2016 o Brasil não é mais um país. Arrasado, sem soberania e sem direitos, resta-nos a admitir que não temos mais um país. Brasil desde já é o nome de um time de futebol.  Um reles time de futebol.

Sim. Brasil se resume a 11 bonecos vestidos de amarelo a correr na grama atrás de uma bolinha para ver se faz uma multidão histérica berrar feito alce no cio. 

E pelo jeito as forças progressistas estão cientes disso, num verdadeiro ato de bandeira branca diante dos golpistas que patrocinam a"seleção" na copa. É nítido o fato de que os esquerdistas resolveram deixar a política de fato e aderir de vez a sua famosa cocaína: o fanatismo futebolístico. 

Até porque se não somos bons em nada - porque o Tio Sam nunca nos deixou ser alguma coisa - pelo menos parecemos ser bons no futebol. Mesmo que cartolas soltem verdadeiras fortunas a serem dadas a adversários para perderem e manter a magia que transforma 11 analfabetos em soldados a lutar pela pátria. Sem guerra de verdade, lutemos para vencer a guerra de mentirinha.

Vários portais de esquerda decidiram criar seus "debates-bola" na tentativa de prender os seguidores da esquerda no seu viciante ópio social. Uma verdadeira e monumental chatice. Mais chato que jogo de futebol é debate sobre futebol. Os esquerdistas se esqueceram que é chato ficar durante uma hora discutindo o sexo da bola quando temos muitos problemas sérios para resolver.

Pelo jeito esses debates de "esquerda" devem ser ainda mais chatos que os debates futebolísticos da mídia corporativa, que dão um verdadeiro show de chatice, driblando o bom senso e fazendo a minha paciência perder de goleada. Enquanto eu quebro a minha cabeça para pagar contas altas com um misero salário, lá vem uns bobos falar em drible de fulano contra sicrano como se isso fosse mudar o mundo.

Sei que é importante de vez em quando esquecer dos problemas e pensar em se relaxar através do lazer. Mas não é nisso que pensam os histéricos fanáticos em futebol, loucos para berrar e usar o futebol como uma compensação artificial e postiça para o nosso fracasso na economia e na política. Afinal, para quem gosta, futebol é um baita desabafo, sendo uma oportunidade de berrar sem cometer gafes. Além de ser um símbolo cívico a forjar um otimismo ilusório.

Ou seja, futebol não é diversão para quem quer relaxar. É adrenalina - palavra usada para denominar o stress positivo - um meio de desocupados se agitarem para criar alguma movimentação para a vida tediosa de um mundo sem diversidades. A propósito, onde está a diversidade no gosto pelo esporte? Só existe o futebol? E as outras modalidades? Onde estão?

Mas sinceramente não é hora de pensarmos em futebol. Pelo menos como prioridade. assistamos aos jogos, mas sabendo que a alegria será falsa e momentânea. Futebol nunca deixou de ser e nem vai deixar de ser um mero lazer. Uma diversão. Uma brincadeira. E pelo que sei brincadeiras nunca mudaram o mundo, nunca fizeram história.

Por causa de uma brincadeira, podermos ver o Brasil se afundar ainda mais. É isso que a plutocracia deseja. Que nos distraiamos no futebol enquanto perdemos ainda mais a soberania. A vitória no futebol nuca foi a vitória do Brasil no mundo real. A direita sabe disso. Falta a esquerda abrir os olhos. Porque a vitória no futebol é na verdadeiro tremendo gol contra a nossa dignidade.

domingo, 3 de junho de 2018

Não reduzo meu país a um mero timinho de futebol

A mídia e o Zé Poveco vem com essa ideia infantil de que a Seleção Amarelão representa nosso país. Isso é uma ofensa muito grande ao país que nós vivemos.

Não podemos reduzir o nosso país a um mero time de futebol, conhecido vulgarmente como "seleção", formado por 11 semi-analfabetos que ganham milhões, apenas por correr atrás de uma bolinha e colocá-la em uma rede e que nas horas vagas a única coisa relevante que sabem fazer é conquistar mulheres e levá-las para a cama. 

O nosso país é muito mais que um mero esportinho feito para distrair. Futebol não é patriotismo, não vai ajudar o Brasil (pelo contrário, pode afundar ainda mais) e desperta o retardamento mental que adormece em boa parte da população, disposta a pagar mico para se entregar a essa obsessão pela - inútil - vitória dos amarelos.

É extremamente ofensivo reduzirmos nosso país a algo tão inútil e supérfluo. Ainda mais um país grande como o nosso, cheio de recursos, infelizmente mal distribuídos graças a ganância e à ignorância de todos os líderes, sobretudo o empresariado, formado pelos grãos-duques da avareza, da mentira e do mal-caratismo. Um país com belas paisagens e uma diversidade ambiental que não existe em outra nação.

Como é que eu vou reduzir tudo isso a um timinho de futebol?Bom os grãos-duques da avareza querem que eu reduza. Dizem que é bom para a nação, mas sei que vai ser bom só para eles.

Me envergonho em saber que a maior parte da população cai direitinho nessa arapuca chamada copa e está disposta inclusive a piorar sua qualidade de vida em prol de 11 amarelados. Convém lembrar que esses 11 amarelados não estão nem aí para o país. Todos estão muito bem de vida, ricos e com famílias montadas e a maior parte dos escalados nem vive no Brasil, vive no exterior, o que inviabiliza qualquer associação como sentimentalismo patriota.

Chega dessa história. Amo meu país, amo as coisas boas que nós temos e me recuso a reduzir um imenso país a um time de futebol.

Vou torcer pela derrota da Seleção Amarelão logo no início, porque sei que a derrota da seleção é a vitória de um país. A vitória de nosso cotidiano, de nossas lutas pessoais pela melhoria de nossas vidas.

Não torcemos pela seleção. Eles estão bem de vida e não precisam de nós. Nem prestam atenção em nossos problemas, esquecendo rapidamente o passado humilde que tiveram.

Não torcemos pela seleção. O caneco que trarão não vai resolver nossos problemas.

Torçamos pelo nosso país. Pois o jogo mais importante de nossa nação é o que estamos envolvidos, jogando todos os dias, tentando derrotar adversários muito mais difíceis que qualquer seleçãozinha estrangeira.

Tomara que a seleção perca de maneira humilhante, logo no início. Para aprender a não enganar a sofrida população.

Lembrem-se: a derrota da seleção é a vitória de nossa nação.

sábado, 2 de junho de 2018

Fóruns de aversão ao futebol são diversão garantida para quem quer ficar longe da copa

Embora muitos não gostam de admitir, há uma grande quantidade de brasileiros que não querem saber e futebol. Apesar de minoria em relação a uma imensidão de 220 milhões de brasileiros, o número dos avessos ao futebol é grande. Mas é uma grande multidão invisibilizada pela mídia e pelo senso comum.

Esta multidão se queixa do abandono em épocas de copa, em que praticamente toda a sociedade, seguindo o mais autêntico espiral do silêncio, prefere aderir a histeria da maioria do que ficar sozinha. 

Esta grande minoria de corajosos a desafiar as regras do bom convívio social que exigem adesão maciça e obrigatória ao futebol em tempos de copa, se queixa de não poder se divertir de forma adequada nestas épocas, seja por causa do barulho ensurdecedor da torcida, seja da falta de companhia a escolher outra opção de diversão que não seja gritar diante de uma televisa cheia de bonecos correndo pra lá e pra cá em cima de uma grama esverdeada.

Para os que não preferem ficar com o ouvido protegido contra a horda barulhenta, com uma música agradável soando no fone de ouvido, a única diversão é entrar nos fóruns de aversão ao futebol e descer o cacete na histeria futebolística, se possível torcendo para uma possível derrota da "seleção", temperando as críticas com comentários sobre os ridículos penteados dos jogadores de futebol.

Os fóruns tem sido os únicos meios de não-torcedores encontrarem algum tipo de atividade social já que as regras socais dominantes obrigam praticamente todo mundo a gostar de futebol, sobretudo em épocas de copa, quando a histeria e a barulheira deverá ser a máxima.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Agradeçam a crise: pela primeira vez, brasileiros preferem mundo real do que conto de fadas da copa

Durante muitas décadas, o futebol tem sido prioridade máxima em um país que nunca conseguiu resolver seus problemas e injustiças. Iludidos com a magia de um esporte agregador de amizades, tradicionalmente meritocrata e de pompa postiça, os brasileiros sempre tiveram o estranho orgulho de serem os melhores em uma atividade tão importante que uma atração de circo do que serem os melhores em desenvolvimento e qualidade de vida.

Fomos "educados" pela mídia a tratar o futebol como a nossa única esperança de sermos alguma coisa. Com o intelecto atrofiado de boa parte da população, muitos brasileiros chegaram a acreditar que uma vitória em copas traria melhorias econômicas para o povo brasileiro, justificadas com os argumentos mais surreais, criativos, mas totalmente imbecis.

Mas esta copa traz um ingrediente nunca visto desde que a "seleção" da CBF venceu sua primeira copa: o desprezo dos brasileiros. O futebol só começou a ser assunto a partir do mês passado e não desde janeiro como tem sido nas outras copas. E hoje, a "seleção" foi viajar para a copa de forma melancólica, sem os urros apaixonados da torcida. Um bom sinal de que estamos amadurecendo.

Discussões nas redes socais que tentavam colocar o futebol em seu devido lugar - como reles forma de diversão, uma brincadeira de adultos - além do fracasso da copa de 2014, organizado "em casa", tem ajudado a mirar as mentes dos brasileiros para o mundo real, se esquecendo do clima de conto de fadas que costumam haver em anos de copa de futebol.

O golpe de 2016, curiosamente financiado pelos mesmos grupos capitalistas que patrocinam a "seleção" de futebol, ajudou muito a empurrar os brasileiros para a maturidade. É válido gostar de futebol, mas não da maneira como os brasileiros fizeram desde que a "seleção" venceu sua primeira copa, graças a misteriosas ajudinhas de cartolas cheios de dinheiro no bolso. Não dá para transformar uma mera brincadeira em "civismo pleno".

Claro que para um grande número de pessoas a tara pseudo-cívica pelo futebol ainda é importante. Tanto é que esquerdistas e alguns grupos sociais ainda se empenham em tentar convencer a população a esquecer por um momento os problemas e pensar na copa de futebol, como se bom êxito de 11 palhaços de circo pudesse compensar o clima de terra arrasada que aos poucos transforma o Brasil em um Haiti pós-terremoto.

Mas o tempo sempre cobra maturidade daqueles que precisam se evoluir. Não dá para ficar na eterna infância de priorizar brincadeiras. O Brasil dá sinais de que entra na adolescência coletiva. Infelizmente teve que acontecer desgraças sucessivas provocadas por um governo de corsários comprometidos com o capital internacional para que os brasileiros acordassem do sonho encantado do "príncipe" Neymar e seus 10 dourados "cavaleiros".

Sei que parece triste para os que sempre priorizaram o sonho do futebol. Mas a vida é essa mesma: a gente sonha com maravilhas para acordar repentinamente pronto para os desafios do mundo real. Não dá para ser criança eternamente. A maturidade exige conexão total com a realidade.

Acho que estamos deixando de ser a infantil "Pátria de Chuteiras". Tomara.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Camiseta da CBF: símbolo "cívico", centro da polarização política

As esquerdas nunca desistiram de gostar de futebol, controlado por uma entidade direitista (a CBF), patrocinado pelas mesmas empresas que patrocinaram o golpe e com um monte de jogadores orientados a apoiar políticos conservadores e seus ideais. 

Incapazes de abandonar sua Zona de Conforto do Agrião, forças progressistas querem de qualquer forma proteger o futebol. Como se a esquerda morresse se ficasse sem futebol, o mais capitalista dos esportes, por inúmeros aspectos.

Agora os progressistas ficaram com mimimi de reclamar sobre a queda das vendas das camisetas amarelas da CBF. Estigmatizadas por terem sido usadas pelos golpistas como "símbolo cívico" (conceito compartilhado entre esquerdistas e direitistas - um consenso), as camisetas têm encalhado nas lojas oficiais, fazendo com que torcedores mantenham seu hobby sem vestir camiseta.

Mas entidades de esquerda começam a protestar - como não fazem em relação a (d)eforma trabalhista - pelo direito a usar a camiseta na copa. Brasileiro é povo infantil e sempre colocou  futebol como prioridade. Acabam-se tudo, inclusive várias formas de diversão e em tempos de alta crise e golpe que se arrasta, os progressistas ainda encontram tempo para se espernear em prol do futebol.

Acontece, caros amigos, que não é questão de ser de direita ou de esquerda o fato de gostar de futebol. Enfiaram na cabeça de quase todos que futebol é coisa de brasileiro. Vive no Brasil, é obrigado a gostar de futebol, principal agregador social e objeto de civismo para uma população que não costuma ser patriota, a não ser de brincadeirinha, em tempos de copa.

É preciso falar de um fato real ignorado pelas esquerdas. Quando os coxinhas estavam usando a camiseta da CBF, estavam consagrando a confusão entre Brasil, a "seleção" e Brasil, o país. Confusão tradicional na "Pátria de Chuteiras". Se as esquerdas, que ainda têm alguma inteligência, ainda confundem futebol com o próprio país, imagine os direitistas, que são burros!

Este papo de que "a direita não gosta de futebol" lançado por alguns grupos de esquerda nã faz parte da realidade. A direita gosta ainda mais de futebol do que a esquerda, embora existam mais direitistas que não curtem futebol que as esquerdas, por motivos de elitismo (acham que futebol é "esporte de pobre") e não porque a modalidade é chata e têm entusiastas ainda mais chatos.

Quando a direita usou a famigerada camiseta da CBF nas manifestações pró-golpe, estava sim, homenageando a "Pátria de Chuteiras". E é assim que somos conhecidos mundialmente: um povo que só gosta de futebol, dando à modalidade uma importância muito maior do que assuntos sérios. 

Crianças só gostam de brincadeiras e brinquedos. Se zangam quando são obrigadas a deixar a brincadeira para ir estudar. Temos apenas 518 aninhos, diante de nações seculares e milenares. Nada mais coerente que a nossa teimosa infantilidade. 

Por isso nos esperneamos quando vemos algo relacionado ao futebol ser ameaçado. Reforma trabalhista? Quem tem emprego que segure o seu e o resto que se exploda. Quanto ao futebol, temos que fazer tudo para salvá-lo como nosso maior patrimônio. O petróleo já é dos gringos. 

Mas isso não importa. O futebol ainda é nosso e a direita fica muito feliz em saber que pode hipnotizar as esquerdas para que elas apoiem o saque feito pelos maiores especuladores do país. A direita sabe muito bem que pode usar o futebol para anestesiar as massas e impedir alguma mudança real para o Brasil.

Por isso que para as esquerdas, defender a camisetinha da CBF é muito mais importante que lutar contra o golpe. Como se o futebol pudesse ser uma perfeita compensação para uma população sem direitos e sem soberania. Se faltar comida, temos a bola de futebol. Comamos a bola. Pensam que a fome de bola saciará a nossa fome por comida e dignidade.

domingo, 20 de maio de 2018

Desabafo: quando a maioria gosta do que você não curte

Ouvi dizer uma vez que a democracia não é a vontade de todos e sim a vontade da maioria. É praticamente impossível agradar a todos em um mundo em que opinião e preferências são tratadas como patrimônios, fazendo as pessoas terem exatamente o mesmo gosto ao nascer a antes de morrer.

O ser humano é um ser social. Mas para que a sociedade tenha uma certa harmonia, é preciso haver regras. Apesar de não serem escritas em uma espécie de "constituição", as regras sociais costumam ser rígidas. 

Apesar de não haver uma autoridade que fique responsável por regulá-las e fiscalizá-las, a própria sociedade cuida disso. Os próprios cidadãos se encarregam de verificar se tais regras estão sendo cumpridas. Os próprios cidadãos se encarregam das recompensas e das punições.

Nos acostumamos a obedecer tudo e todos. Passamos a maior parte do tempo obedecendo alguém. Cerca de 8 horas por dia, durante cinco dias (ou mais) a cada semana, abrimos mão das nossas vontades para satisfazer interesse alheio. É natural que no final de semana e nos períodos de lazer, mantivéssemos o cacoete.

O lazer no Brasil não é espontâneo. Não é porque tem que estar de acordo com as regras de convívio social. Somente crianças são espontâneas. Já na adolescência, a sociedade começa a cobrar postura dos indivíduos. Se você não entra na onda do momento, logo é descartado do convívio social e recebe o carimbo de "esquisito". Isso quando não dão rótulos mais ofensivos.

Para evitar a solidão, segundo pesquisas o que as pessoas tem mais medo - mais do que a morte, e o crescimento no número de suicídios comprova isso - as pessoas decidem "seguir o gado" mesmo que estejam todos caminhando para o despenhadeiro. Um despenhadeiro cheio de gente parece melhor que um jardim florido esvaziado pela solidão.

O Brasil é um país com alta vocação para a diversidade. E diversidade, sem controle, é um risco para a desordem e o desentendimento. Incapaz de controlar a diversidade, a sociedade decidiu escolher algo que servissem de consenso, mesmo falso, que pudesse unir mentes de tão variadas ideologias. 

O senso comum decidiu que o futebol seria este consenso. Transformá-lo em quase unanimidade - sim ele não é unânime: há um monte de solitários indispostos a seguir o "gado" - foi uma decisão crucial para que os brasileiros pudessem ter pelo menis um ponto de união. Algo que pudesse representar, mesmo postiçamente, a confraternização entre os brasileiros.

Só que eu nunca curti futebol. Não curti nem curto. Futebol não me dá prazer e não me identifico com as características do esporte. Tênis, surfe, basquete e automobilismo me parecem mais interessantes. Mas sinto uma pressão social enorme que subentende o desejo de todos para que eu me una a imensa torcida pelo futebol nacional.

Já fiz inimizades apenas por assumir não curtir futebol. Se no Brasil, o futebol é uma não-assumida obrigação social, no Rio de Janeiro, onde estou morando atualmente, é quase uma regra de etiqueta e sinal de respeito humano. Diga ao dono de um restaurante italiano que a comida que você não gosta da macarronada que ele faz. A reação é a mesma quando um carioca ouve que alguém não curte futebol. Mesmo que isso seja dito de forma respeitosa.

Nem sei mais o que é dormir cedo, pois as barulheiras das noites de quarta desregularam meu organismo quanto a capacidade de dormir. Em tempos de copa, tenho que ouvir música em fones de ouvido para não ter que ouvir a algazarra que se medida em decibéis, soa como um avião supersônico decolando da janela de meu prédio.

Apesar de haver um numero grade de pessoas que não curtem futebol, elas estão espalhadas pelo país. E estranhamente não são unidas. Eu já propus em redes sociais para que os que não curtem futebol criassem um evento para não sentirem solitários em tempo de copa e para mostrar aos torcedores que a quantidade de alheios ao futebol não é tão pequena. Mas ninguém se empenha e cada um prefere se isolar. Vida social é prerrogativa de quem gosta de futebol.

E teremos copa mais uma vez. O gado ensandecido já coloca o assunto como prioridade nacional. A falsa unanimidade da ilusão de dever cívico a modalidade. Percebo que é a única noção de patriotismo para uma população que não se importa em ver suas riquezas vendidas e a população em crescente miséria. Enquanto gritamos gol na frente da TV, o assaltante vai roubando tranquilamente a nossa casa, tranquilo diante de nossa hipnótica letargia futebolística.

Quanto a mim, aguardo a tal copa como alguém que vai aguentar uma arriscada cirurgia. O Brasil entrará em coma durante um mês e a população concentrará a sua total atenção a um monte de bonecos correndo atrás de uma bola em uma tela verde. Isso nunca deu certo para o país, mas é tradição o fato de que brasileiros se apegam a tradições fracassadas.

Durante os barulhentos jogos da seleção estarei deitado numa cama, com um fone de ouvido com música em último volume. Após a histeria dos jogos, tudo volta como era antes e todos perceberemos que todo o empenho feito em prol de uma simples diversão foi inútil. 

Assim perceberemos porque nunca saímos do subdesenvolvimento. Estamos presos na infância de priorizar uma reles brincadeira. E ai de você se não quiser brincar...

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