quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Sabrina Carpenter lamentou acidente com a equipe do Chapecoense

O fato de eu não curtir futebol não significa que eu odeie a modalidade ou o que for relacionado a ele. O futebol em si é válido, diverte e para quem gosta é bem movimentado. O que reprovo não é a modalidade em si, mas o fanatismo que superestima o futebol, transformando algo que deveria ser uma mera forma de diversão em obrigação cívico-social e prioridade máxima de um país, criando muitos incômodos e preconceitos nas relações sociais. 

Aliás, como um não-torcedor, sempre tive simpatia por times pequenos. Os grandes não me interessam, pois estão praticamente corrompidos. Times pequenos como a Chapecoense é que deveriam começar a se destacar e crescer em suas carreiras, tomando o lugar dos grandes, cujas vitórias acabam chatas de tão repetitivas.

O Chapecoense estava prestes a dar um grande salto em sua história participando de um campeonato internacional. E por causa da desobediência a uma não-recomendação de especialistas para um voo em um avião suspeito de más condições, houve um triste acidente com vítimas, que sensibilizou a opinião pública não somente do Brasil, mas também do mundo.

É claro que os hipócritas de plantão, daqueles que gostam de escrever mensagens pseudo-solidárias em tempos de comoções coletivas, entram em ação nestas horas para se promoverem como falsos benfeitores. Infelizmente há muitos assim, mas felizmente não são todos. Junto a eles, muita gente realmente boa, muitos com responsabilidade social, se manifesta de forma sincera, demonstrando real solidariedade. Sabrina Carpenter, atriz e cantora de quem sou fã, é uma delas.

Sabrina tem se envolvido em muitas atividades de cunho social e por isso tem-se a certeza que as manifestações de afeto e solidariedade por parte dela são verdadeiras. E ciente com o que acontece com o mundo, Sabrina se manifestou de forma surpreendente - por ser estrangeira e de um país que não cultua o futebol brasileiro, seria normal que ela ignorasse o fato - sobre o acidente, tratado como uma tragédia envolvendo seres humanos, sem enfatizar o futebol, como aconteceu nas mensagens brasileiras.

Muita tragédia #equipedefutebolbrasileira. Estou mandando todo o meu amor mais condolências a todos vocês e familiares.

Valeu, Sabrina, só aumentam os motivos para te amar. E fica aqui também nossa manifestação de pesar pelas mortes e pelos danos físicos, materiais e psicológicos de quem sobreviveu.


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Para líder do PCO, quem torce contra a "seleção" é "fascista"

Eu sou esquerdista, mas tenho que reconhecer que a esquerda comete muitos erros. Um dos erros é tratar o entretenimento de forma capitalista. Para esquerdistas, se o Capitalismo é nocivo à política e a economia, ele é benéfico para o lazer e atividades mais supérfluas. Por isso que música comercial e esportes corrompidos como o futebol são tão valorizados pelos esquerdistas.

Rui Pimenta, principal liderança do Partido da Causa Operária PCO), tem feito excelentes análises sobre os bastidores da política. Fala coisas que outros esquerdistas não te a coragem de dizer. Há momentos que demonstra autocrítica. Mas num momento, deu uma pequena escorregada que soa como um preconceito contra quem não curte futebol.

Na hora de descrever os fascistas brasileiros, chegou a enfatizar que este torcem contra a "seleção" em épocas de copa, dando a entender que torcer contra o Brasil no futebol é coisa de fascista. Quanto a isso, é preciso esclarecer algumas coisas.

Primeiro, futebol é só lazer, embora tratado pela opinião pública como dever cívico (o comentário de Pimenta deixou isso subentendido). Eu sou anti-fascista e tenho o direito de torcer contra a "seleção" por que detesto essa mania de transformar o futebol em dever cívico. 

Não conheço lei oficial que me obrigue a gostar de futebol. Nem mesmo a transformação do gosto pelo futebol em regra de etiqueta social me faz sentir obrigado. Considerar fascismo não gostar de futebol foi uma declaração mais do que equivocada e até preconceituosa e autoritária. 

Segundo, Pimenta se esqueceu que os fascistas adoram futebol, torcem para a "seleção" e a confundem com o próprio país a ponto de usarem camisetas da CBF em seus protestos, várias com o nome de Neymar, direitista convicto e fã de Aécio Neves. Pimenta deveria saber que, pelo contrário, fascistas adoram futebol e torcem para que o Brasil seja o melhor na bola para que se ferre em outros setores.

Pimenta, você normalmente é sensato. mas por poucos segundos sua sensatez foi por água abaixo na tentativa de defender como "civismo" um mero hobby, uma brincadeira que você tem o direito de gostar, mas não tem o direito de impor aos outros. 

Isso lembra o que foi publicado meses atrás quando um esquerdista, que não me lembro qual é, acusou de fascistas quem exige a melhoria da qualidade cultural. Outra declaração insensata e preconceituosa que contribui para a mesmice no lazer do povo brasileiro.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A mesma mídia que deu o golpe político exige que você curta futebol

Ou as esquerdas não sabem disso ou fingem não saber. Defensoras do fanatismo futebolístico e praticantes do proselitismo do futebol, esquerdistas tratam a modalidade como se nada tivesse a ver com Capitalismo e alienação, como se não fosse utilizada para manobrar as massas. Os esquerdistas são ingênuos, pois defendem o mais capitalista dos esportes: o futebol.

São muitas as oportunidades que tenho de ver esquerdistas fazendo proselitismo futebolístico. Nada contra o hobby, mas o problema e que para eles o futebol não é tratado como um hobby e sim como motivo de orgulho, como se fosse fonte de dignidade, algo muito acima de uma mera opção de lazer.

Há textos surreais em sites de esquerda tratando a corrupta politicagem que os cartolas fazem como se nada tivesse a ver com os clubes geridos. Fica aquela impressão alucinada de que os clubes pertencem ao povo (os torcedores) e que toda a magia do futebol aconteceria se os mesmos não fossem controlados pelos cartolas que lhes enchem de dinheiro.

Imagine se os clubes de futebol largassem mídia e cartolas e fossem controlados exclusivamente pelos torcedores. Obviamente a magia do futebol iria desaparecer. O chamado futebol profissional iria se reduzir a joguinhos de várzea, eliminando o glamour postiço que consegue convencer os brasileiros mais ricos a se interessarem pela modalidade esportiva mais popular do país.

Sem a cartolagem, o futebol voltaria a ser uma modalidade sem graça. Os jogadores de futebol, hoje altamente hiper-estimados como pseudo-heróis, muitos de origem humilde, voltariam a ser feios e desprezados - burros já são, mesmo com riqueza -  e aos poucos os brasileiros perderiam o interesse pela modalidade. Embora ninguém admita, a magia do futebol não está no esporte em si, mas no festival de enxertos que a mídia e o senso comum embutiu no mesmo.

A mídia é grande responsável pelo monopólio do futebol. Como ganha muito dinheiro com a modalidade (dizem que é a única forma garantida de lucrar grandes quantias de dinheiro para a mídia) os meios de comunicação fazem uma propaganda quase autoritária em prol do futebol, a ponto de forjar uma unanimidade que não existe, transformando os torcedores em cães de guarda para impor o gosto aos outros, dando origem a uma rede de preconceitos.

Os políticos, sobretudo os de direita, adoram o futebol. Não apenas como forma de diversão, mas como instrumento garantido de manipulação. Brasileiros costumam tratar futebol como prioridade, largando qualquer coisa em prol da modalidade. Tem o hábito de colocar futebol até em assuntos alheios, mesmo que seja como metáfora. Muitas das gírias (galera, show de bola, na trave, etc.) usadas em várias situações veem no futebol. 

Como vê, futebol imobiliza e não adianta inventar que futebol não aliena. Aliena sim, ao não ser que haja o limite que impeça que o futebol seja visto como algo além de uma reles forma de diversão. Para que não haja alienação futebolística é preciso que o futebol não seja levado a sério. O Brasil, vitorioso em muitos campeonatos de futebol, nunca se beneficiou com este fato, que serve mais para nos isolar da realidade. 

A esquerda, que tem cometido muitos erros, que favoreceram este golpe sujo que vai eliminar direitos importantes da sociedade, comete mais este ao de tratar ingenuamente o futebol como parte de seu ativismo social. Os cartolas corruptos, que também são direitistas, agradecem a este grande favor prestado pelos esquerdistas. Resultado no Brasil: Futebol 10 x Humanidade 0.

Vini Jr, Racismo e a hipocrisia da Classe Média brasileira

O assunto desta segunda feira com certeza foi o inaceitável caso de racismo sofrido pelo jogador Vinicius Júnior, o Vini, durante um jogo de...