domingo, 31 de maio de 2015

Revelações sobre corrupção irão acabar fanatismo futebolístico?

O assunto desta semana foi a prisão de vários dirigentes da FIFA, incluindo integrantes da cúpula da CBF e o ex-presidente da entidade, José Maria Marin, amigo de Paulo Maluf e ex-carrasco da ditadura. 

O fato acabou deixando vazar aquilo que somente os mais informados já sabiam e que foi mencionado em livros como O Lado Sujo do Futebol e Jogo Sujo, O mundo secreto da FIFA (que teve uma continuação, Um Jogo cada vez mais Sujo). A verdadeira sujeira por trás de um esporte que para muitos virou a razão de viver e regra social mais do que obrigatória.

Muito está sendo mencionado sobre este escândalo que é desnecessário falar aqui. Digitem em um site de buscas tipo Google "corrupção + futebol" e vão achar muita coisa. O que quero colocar aqui é até que ponto este escândalo vai influenciar no fanatismo futebolístico da maioria das pessoas.

Futebol, um ópio impossível de se largar

Muita gente deve estar preguntando se vale a pena continuar gostando de futebol sabendo agora das falcatruas que influenciam até os resultados. Só para dar um exemplo, coincidentemente, o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, melhorou muito o seu desempenho quando o corrupto e antipático dirigente Eurico Miranda voltou ao comando do clube.

Há muito tempo se nota a corrupção no futebol. Sobretudo no Brasil. Os dirigentes brasileiros conhecem a tara incontrolável de muitos brasileiros pela modalidade esportiva. Gente que prefere morrer de fome do que ver seu time perder. Gente que ama mais seu time do que a própria mãe. Esse fanatismo favorece para que torcedores se submetam a dirigentes e patrocinadores, fazendo cegamente tudo que estes poderosos senhores querem.

E dinheiro chama dinheiro. Torcedores capazes de pagar tudo pelo vício futebolistico sustentam toda esta farsa de resultados combinados e pura encenação, capaz de transformar um menino medíocre como Neymar (só acha ele genial quem não conhece o futebol em seu auge, muitas décadas atrás) em um "deus" da bola, com direito ao típico fanatismo religioso em torno do jovem santista. E mesmo sendo uma farsa, não há que esteja disposto a largar o futebol por causa dessa decepção.

Acho muito difícil, quase impossível, que torcedores larguem o futebol por causa desses escândalos. A tendência é separar o futebol dos cartolas. Uma separação artificial, já que o futebol não se sustenta sem a cartolagem. Se for como os torcedores imaginam, se baseando na tolice infantil de que o "futebol pertence ao povo", o futebol profissional perderá glamour e se tornará igual aos praticados todos os finais de semana nos campos de várzeas das localidades mais pobres.

E o que restará disso?

Vai tudo continuar na mesma coisa, pois o fanatismo cultivado por décadas de vida não vai acabar assim de uma hora para outra. Melhor dizendo: restará duas opções para os torcedores:

- Largar o futebol e procurar um esporte mais honesto (geralmente menos popular);
- Ou assumirem que são cúmplices de cartolas e aceitar a manipulação de resultados, fingindo honestidade onde realmente não há.

Bem provável que torcedores optem pela segunda alternativa. Futebol é como uma novela, com roteiros prontos e final pré-determinado. Na maioria dos jogos, os jogadores já entram sabendo o que fazer e como terminarão as partidas, conhecendo muito bem o vencedor.

O dinheiro que circula o meio é altíssimo e tudo será feito para manter fanatismo. Não adiantará os torcedores tentarem separar o futebol da corrupção senão a magia acaba. Quem conhece a História sabe muito bem que os melhores resultados coincidem com períodos de maior roubalheira.

Está na hora de procurar outro esporte para curtir. Badminton e curling parecem ser duas boas sugestões.

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